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Visita a Praga

Quinta feira passada, dia 19 de Outubro, viajámos até Praga. A viagem foi patrocinada pelos meus sogros que foram connosco, assim como a irmã do Pedro e o Filipe. Acordámos às 4 da manhã e apanhámos taxis para o aeroporto. Os aeroportos são uma seca cada vez maior e perde-se imenso tempo no check-in e depois nos detectores de metais. No fim disso tudo entrámos na zona de embarque já à hora mas ainda fomos comer antes de entrar para o avião.

Depois foi a corida final até à porta de embarque que, como sempre, era das últimas, não sei quantos corredores à frente.
Acabou por haver alguma confusão com os lugares porque uma das empregadas do aeroporto resolveu convencer-nos a usar uma máquina para fazer o check-in e fez montes de confusões – um dos cartões não funcionou e esqueceu-se de outra pessoa o que quer dizer que foi metade na máquina e metade no balcão. Como se queria armar em esperta ainda por cima não colocou os lugares todos seguidos – a ideia era deixar lugares vagos no meio para os que ficaram de fora só que entretanto os lugares foram preenchidos por outras pessoas à mesma.

Enfim. Foi só pequenas confusões do estilo.
Finalmente entrámos no avião e seguimos viagem. A comida era intragável e na fila de trás estavam 3 tipos que não se calaram um único segundo durante toda a viagem. Só ouvia falar em máquinas para aqui e a produção para ali. Como única forma de vingança possível, e arrependendo-me de ter posto os ear plugs na mala, recostei o banco numa vã tentativa de os incomodar um bocado de volta. Acho que falhei.
Chegámos a Frankfurt mais ou menos à hora, mas aconteceu uma coisa estranha – o avião estava a aterrar, chegou a tocar com a roda no chão mas voltou a levantar. Aparentemente ao último segundo recebeu a informação que a pista ainda estava ocupada e teve de dar umas voltas no ar até poder aterrar finalmente. Com o atraso mais o autocarro e a distância a que o avião ficou do terminal, tivemos que correr para chegar ao voo seguinte minimamente a horas e fomos quase dos últimos.
Por esta altura eu estava aflita para ir à casa de banho e estava toda a gente cheia de fome.
Chegámos a Praga por volta das 4 da tarde. Fomos trocar algum dinheiro enquanto esperavamos pelas malas e depois apanhámos transporte para o hotel. O hotel chama-se Yasmin e é bastante recente e com uma decoração moderna. Os quartos eram muito simpáticos e a casa de banho era forrada a azulejo preto e com o lavatório e sanita suspensos.
Depois de largar as malas fomos almoçar ao McDonalds, já que era perto e rápido. Depois demos uma volta pela cidade até ao por do sol. Como o hotel era bastante central passámos por grande parte dos monumentos neste primeiro dia. Na praça da Torre do relógio esperámos pela hora certa para ver aquilo mexer, mas sinceramente não posso dizer que seja muito interessante.

Sexta feira foi o dia mais cansativo, especialmente para uma grávida no quarto mês.
Começámos a manhã a subir a uma das torres da ponte D. Carlos e depois subimos até ao castelo pelas escadas novas. Assim que vi a quantidade de degraus fiquei imediatamente cansada, mas lá consegui subir aquilo tudo. Vimos a catedral e o palácio e passámos no bairro dos alquimistas que é agora uma colecção de pequenas lojas e estava cheio de gente mas tinha uma exposição de armaduras muito gira.
Depois descemos pelos degraus antigos. Atravessámos o rio e fomos almoçar a um restaurante com umas pizzas muito boas feitas em forno de lenha e durante a tarde visitámos o bairro judeu – o antigo cemitério e as várias sinagogas que tinham alguma informação interessante, principalmente para quem sempre viveu num país primordialmente católico e não teve grande contacto com outras religiões.
Reparei também que esta é obviamente a zona rica da cidade, onde estão grande parte das lojas de marcas caras.
Ao fim do dia fomos até à praça da torre do relógio e depois passámos numas gift shops para começar a procura dos obrigatórios presentes para a família.

No sábado fomos subir outra vez. Eu estava completamente destruida. Doia-me o corpo todo e mal conseguia manter os olhos abertos. Foi o dia mais incómodo.
Voltámos a atravessar o rio e apanhámos o comboio/teleférico que sobe até à torre. A torre é uma espécie de Torre Eiffel checa e deve ter uma vista óptima num dia de sol. Mas o dia estava cinzento e nublado e eu só consegui subir até à primeira plataforma de qualquer forma.
Depois fomos ao labirinto de espelhos. No final tinha uma sala com aqueles espelhos que deformam, mas assim que entrámos a sala foi invadida por um grupo de italianos imbecis que desataram a meter-se à frente de toda a gente e tomaram conta daquilo enquanto riam histericamente como se nunca se tivessem visto nada tão divertido na vida. Uma gaja gritava pela Rita enquanto outra, baixa e gorda se divertia em frente ao espelho que a fazia ainda mais baixa e gorda. Ainda tentámos esperar que dessem a volta, mas tornou-se tão insuportável que preferimos sair. Estava com vontade de os atacar à saída com um caixote de lixo de metal mas o Pedro não deixou.

Como nos apercebemos rapidamente, a verdadeira praga de Praga são os grupos de turistas. Os que andam aos pares ou em família não chateiam, mas quando uma rua é invadida por um grupo de 30 gajos que acham que aquilo é tudo deles torna-se impossivel andar ou fazer seja o que for. Seria uma questão de encostar à parede e esperar que a manada de búfalos passasse só que há sempre mais um grupo, e depois mais outro.
À noite apanhámos dois grupos a avançar um em direcção ao outro. Até parecia que iam desatar à porrada, até porque a guia de cada grupo tinha no ar um bastão com fitinha coloridas, tipo bandeirolas medievais. Mas não. Limitaram-se a passar. Foi verdadeiramente decepcionante.

No sábado à tarde, e como até estava um dia de chuva, fomos assistir a um concerto de um quarteto de cordas. Uma das coisas giras da cidade é o facto de haver músicos por todo o lado e concertos todos os dias. Depois do concerto demos mais uma volta pela cidade à procura de sítio para comer, antes de voltar ao hotel.

No domingo já me sentia um pouco menos cansada e deu para ver finalmente com um pouco mais de tempo todos os monumentos que tinhamos visto só a correr até então. Demos a volta à igreja, fizemos um passeio ao longo do rio, subimos à torre do relógio e ainda passámos por um mercado de rua onde o Pedro comprou as últimas prendas para os amigos e fomos almoçar. De tarde atravessámos o rio e voltámos a subir a outra margem para ir visitar um miradouro com um metrónomo gigante e um edificio pequeno mas muito giro, transformado em restaurante. Como o tempo estava excelente, com o ceu azul, ao contrário dos dias anteriores, as fotos que tirámos deste miradouro acabaram por ser as melhores em termos de vista da cidade. Foi cansativo mas até valeu a pena.

Depois regressámos ao hotel onde apanhámos transporte para o aeroporto. Pelo caminho passámos por um edificio que tinhamos até aí tentado encontrar sem grande sucesso o que completou o check-list de coisas a ver na cidade. A viagem de regresso foi cansativa, especialmente porque voltámos a ter que correr para apanhar o segundo avião. No aeroporto de Frankfurt meteu-se gente a mais no elevador e aquilo não fechava as portas. A última senhora a entrar armou fita e recusou-se a sair e quem acabou por sair foi um tipo altamente obeso que basicamente valia por dois, o que fez com que o elevador já subisse.

A aterragem em Lisboa foi complicada por causa do mau tempo e a certo ponto até se acenderam as luzes de emergência. Mas acabámos por aterrar e apanhar um taxi para casa.

Continua a fazer-me confusão a necessidade que os taxistas têm em meter conversa com as pessoas, mas este até nem foi muito mau.
Chegámos a casa por volta da uma da manhã e ainda estive a desfazer as malas para verificar se estava tudo inteiro antes de ir para a cama.
Os gatinhos estavam todos a precisar de uma grande dose de mimos mas de resto estavam bem, graças aos meus pais que andaram estes dias a vir alimentá-los e passar algum tempo com eles.

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5 Comments

  1. Vitor says:

    Ola, gostei de ler a sua carta, e fiquei bastante curioso, porque parto com a minha esposa no dia 22 de Novembro para Praga e gostaria de saber se tem algum conselho para nos dar? Se é muito friu la, lugares a visitar, se o nível de vida é muito caro?
    PS: se for possível claro

    Abraço Vítor Bairos

  2. A zona antiga de Praga que tem grande parte dos monumentos como a ponte D. Carlos e a Torre do Relógio é relativamente pequena e vê-se muito bem a pé. O ideal é dar uma volta pelas ruas marcando mentalmente onde ficam as coisas e depois visitar com mais tempo o que parecer interessante. As ruas são caóticas mas ao fim de umas voltas uma pessoa começa a orientar-se, se bem que convém ter um mapa porque é facil uma pessoa perder-se ao principio.

    Gostei bastante do facto de terem pequenos concertos todos os dias e acho que vale a pena assistir a um pela intimidade das salas e proximidade dos músicos que é um bocado como ter pessoas a tocar em casa. Mas essas coisas dependem do gosto de cada um.

    Quanto a se é caro, sinceramente não posso dizer porque os meus sogros é que pagaram a viagem. Sei que as marionetas, que são uma das coisas típicas que queria trazer como presentes, são bastante caras mas de resto não posso ajudar.

  3. Ricardo says:

    Engraçado… não apanhei nada de jeito desta análise, so sei que existe um macdonalds, turistas e coisas… mas pela experiência que tenho em “calcarroar” ruas e fazer kms em capitais europeias até ter bolhas, gravida de 4 meses eu sugeria-lhe umas férias numa pousada de portugal tipo gerês…

    E no avião há de tudo, o problema é que nao temos para onde fugir… mas nos tugas somos iguais aos italianos e espanhois, entao se for um grupo… fujam !!!

  4. dee says:

    Ainda bem que não escrevi este post para si, não é Ricardo?
    Se quiser saber como é a cidade leia uma revista de viagens. É para isso que servem. Eu não preciso de descrever o que vi porque tenho fotos. Preciso apenas de registar as restantes impressões de pormenores que me esqueço com o tempo. É para isso que este site serve, para avivar a minha memória quando é preciso. Não tenho qualquer vocação literária ou para guia turistico.

  5. Maria Antónia Lemos says:

    Também entendo os blogs na sua perspectiva. Gostaria de saber se se lembra do nome de alguns restaurantes ou de alguma sala de espectáculos que me aconselhe.

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