Blog Joana

Fim das sestas

Todas as fases de desenvolvimento das crianças têm o seu desafio e, apesar das fases de começar a andar ou largar as fraldas sejam as que recebem mais atenção, a fase de deixar de dormir sestas também requer alguns ajustes. O interessante é que, como ocorre numa altura em que as crianças já se expressam de forma coerente, esse ajuste passa pelo diálogo e compromisso com a própria criança.

Há cerca de um mês, a Joana chegou a casa e disse “não quero dormir mais sesta na escola”. Pareceu-me cedo para alguém que adormece no meio do chão ao domingo à  tarde porque já não consegue dar mais um passo, mas resolvi deixá-la experimentar. Não gosto de ser prepotente e acredito que até certo ponto eles sabem quando estão preparados para uma nova fase.

Passada uma semana percebi que a coisa não estava a correr bem. As birras que praticamente tinham parado voltaram em força e a Joana andava tão cansada que à  sexta feira, apesar de lhe dar o jantar assim que ela chegava da escola, adormecia à  mesa antes de ter tempo de comer.

Falei com a educadora e ficou combinado que se iria tentar convencê-la a dormir sesta pelo menos umas duas vezes por semana. Percebi, porém, que a Joana estava a encarar a sesta como um castigo e seria preciso uma grande guerra para voltar atrás. Os amigos estão todos a fazer 4 anos e muitos deixaram de dormir sesta naturalmente. A Joana ainda precisa de dormir aquelas horas extra mas normalmente isso só se sente por volta das quatro da tarde e não à  uma, que é o horário da escola. Assim sendo, ao ver os amigos a ir para o recreio brincar quando ela ela forçada a ir para uma sala escura dormir, sentia-se segregada. Como ela insistia diariamente que “amanhã não quero dormir”, percebi que esse tempo tinha acabado de vez e a solução teria de ser outra.

O compromisso passou por deitá-la por volta das sete e meia da noite em vez de à s nove, que era o horário comum. Não é fácil porque o jantar, o banho e a necessidade de ajudar o irmão com o trabalho de casa consome bastante tempo, mas estamos a fazer um esforço. É claro que ela é perita em arranjar formas de adiar a hora da cama, mas no geral nem tem protestado muito.

O esquema parece ter funcionado e nos últimos dias, em vez de uma grande berraria durante todo o percurso até casa, ela tem vindo bem disposta. Acredito que o facto de ter finalmente deixado de chover também tenha contribuà­do para a boa disposição mas como não voltou a adormecer antes de ir para a cama parece ter-se adaptado bem ao novo horário.

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