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Regresso do Pedro

O Pedro regressou de Austin na quinta feira dia 18, ao fim de mais um longo dia de viagem. Parece que se divertiu, apesar de ser uma viagem cansativa. Chegou de manhã cedo, apesar de para ele ser o meio da noite, e ainda voltou para a casa a tempo de apanhar o Tiago antes deste ir para a escola.

No geral a semana sem o pai correu bem e só na quarta feira é que notei o Tiago a tornar-se mais difà­cil. A reação mais estranha foi tamvez o facto de ter começado a fazer xixi nas calças na escola porque se recusava a ir à  sanita até ser tarde demais. Felizmente, depois de um fim de semana em casa com o pai, parece ter passado.

Depois de levarmos o Tiago à  escola fomos tomar o pequeno almoço e depois passámos na mobiliária para saber se havia novidades. A resposta era obvia e a situação já me começa a irritar um bocado. Tinhamos tudo planeado para ter as obras feitas antes do bebé nascer e por causa de uma dà­vida que o dono da casa só se lembrou de pagar depois de dizermos que queriamos comprar a casa já estamos com dois meses de atraso e os planos todos por água abaixo. Começa a apetecer desistir.

O Pedro estava estoirado mas não queria ir dormir para não tornar a adaptação ainda pior, por isso fomos fazer umas compras de presentes de aniversário – para o meu irmão, que eu não tive tempo de comprar a horas e para o meu sogro que fazia anos nesse dia.

De tarde fomos à  ecografia do segundo trimestre e parece estar tudo bem – os dedinhos todos, os orgãos todos onde deviam estar, o coraçãozinho a bater alegremente, nada de estranho.

Ainda tive de sair um bocado para comer qualquer coisa e andar para ver se a rapariga se virava porque não deixava ver o perfil. Levei montes de abanões e nada. Depois de um passeio e um gelado, lá voltámos e desta vez já deu para ver o que faltava e terminar a eco.

Depois fui buscar o Tiago e o Pedro lá acabou por adormecer durante um bocado.

Resultados

Na sexta feira ligaram com o resultado da amniocentese. Está tudo bem e confirma-se que é mesmo uma menina.

Eu já sabia que se ligassem directamente do laboratório o resultado era normal mas é impossível não ficar um bocadinho nevosa a receber esse telefonema.

Mas pronto, daqui para a frente ou há outro acidente como o do Alex, que seria uma conspiração cósmica brutal ou então em principio as coisas correm normalmente e já posso começar a respirar outra vez.

It’s a girl!

Depois de uma semana à  espera desde o resultado das análises, lá fui finalmente ao hospital fazer a amniocentese. Nunca temos de ir de carro a lado nenhum mas por azar, precisamente no dia em que precisamos de estar a horas no hospital, aconteceu uma acidente na ponte, daqueles com montes de carros, e a cidade estava toda entupida.

Como iamos com bastante antecedência acabámos por chegar perfeitamente a horas. Depois de me fartar de esperar pelos elevadores que não pareciam estar a funcionar acabei por subir as escadas até ao quinto piso onde o Pedro já esperava por mim depois de ter ido estacionar o carro. Nem cheguei a sentar-me na sala de espera – fui à  casa de banho e quando saà­ já tinham dito ao Pedro para entrarmos para a sala assim que os presentes ocupantes saà­ssem.

Tal como me lembrava, a amniocentese não custou nada. Acho que da outra vez me tinham dado uma pequena anestesia local e desta vez não mas não fez grande diferença. Sente-se mais pressão da agulha do que propriamente dor e só senti um ardor depois da agulha ser retirada e não durante o processo.

Fiquei tembém a saber que vou ter uma menina. Pelo menos as pessoas podem parar de perguntar o tempo todo 🙂

Depois deram-me a vacina por causa do grupo sanguà­neo (por ser RH negativo) e saà­ de lá menos de meia hora depois de ter chegado.

Passei dois dias deitadinha para ter a certeza que não havia contracções nem perda de là­quido e teria sido uma seca brutal se o meu irmão não me tivesse trazido no sábado anterior a colecção completa dos livros da Sookie Stackhouse (livros que deram origem à  série True Blood, escritos por Charlaine Harris). São um misto de sobrenatural e grandes doses de sexo e violencia  com algum humor e têm-me mantido entretida. Estava sem nada para ler há algum tempo e depois de reler os livros da Jane Austen e um ou dois do Terry Pratchett já não sabia bem no que pegar a seguir.

É claro que pelo meio tive que tratar de umas encomendas que o Pedro teve que ir enviar por mim, mas fora isso tive muito cuidadinho e acho que de facto o repouso faz muita diferença naqueles dias porque quando passava um bocado mais de tempo em pé ou sentada começava a sentir umas picadas ou desconforto que não sinto normalmente.

Marcação da amniocentese

Na sexta feira fui ao hospital para uma consulta de esclarecimento sobre a amniocentese e para fazer a marcação. Ficou marcada para dia 17, o dia a seguir ao carnaval. Vou acabar por fazer já só à s 18 semanas porque quiseram que fizesse primeiro umas análises.

Fui fazer as análises no sábado de manhã e como agora enviam os resultados por email, na segunda já tinha o resultado em vez de ficar uma semana à  espera. Ou seja, não era preciso ter adiado o exame uma semana.

Até aqui tenho andado muito calma quanto à  gravidez mas devo dizer que depois da consulta fiquei um bocado nervosa. A barriguinha já se vê e começa a ser demasiado real para imaginar que algo pode correr mal. Vou passar as próximas semanas a roer as unhas enquanto espero pelo exame e depois pelo resultado.

E ando com uma dificuldade cada vez maior em não bater nas pessoas que me continuam constantemente a perguntar se já sei se é menina.

Ecografia 1º trimestre

Fomos hoje fazer a ecografia do primeiro trimestre. A previsão inicial dava o tempo de gestação como 12 semanas e 4 dias mas segundo a nova medição será mais 13 semanas e um dia.

Parece estar tudo a correr normalmente, viram-se os indicadores todos que se deviam ver, os ossinhos e orgãos que se deviam ver estão lá todos, o coraçãozinho bate alegremente e tudo indica ser uma gravidez normal.

No final o médico acrescentou que lhe parecia ser uma menina mas acho que foi mais brincadeira do que convicção.

11 semanas

Nem acredito que já estou a chegar ao final do primeiro trimestre. A fome incontrolável já passou mas entretanto ganhei 5 ou 6 quilos, numa altura em que devia ficar precisamente na mesma já que o feto não tem mais do que o tamanho de uma uva. Ando com baixa auto-estima e fico verdadeiramente deprimida cada vez que me vejo no espelho.

Os enjoos andam melhor mas ainda não passaram completamente e tenho a impressão que o estomago não me vai dar tréguas até ao fim.

No fim de semana já consegui ouvir o batimento cardà­aco com o doppler que os meus sogros emprestaram e é estranho como uma coisa tão simples faz uma diferença tão grande. Acho que pelo facto de ser em casa e não no consultório médico torna tudo estranhamente mais real.

Desta vez não me sinto com medo. Antes do Tiago não sabia o que esperar de mim e das minhas reacções a ter que tomar conta de uma criança, mas agora que sei que as irritações são sempre contrabalançadas com um sorriso e que no fundo vale a pena, não tenho nenhuma das ansiedades das gravidezes anteriores. Não sou perfeita e faço asneiras mas também já percebi que tenho mais resistencia e paciencia do que alguma vez esperei. Até as noites sem dormir me parecem uma questão menor porque ao fim de quase três anos continuo a acordar várias vezes todas as noites.

Mas quando digo que não tenho medo não quero com isso dizer que estou ultra confiante. Simplesmente não me sinto ansiosa ou preocupada. Sei que se correr alguma coisa mal não será algo que possa prever ou prevenir e como tal não vale a pena preocupar-me com isso. Estou à  espera de marcos como a amniocentese – aquelas situações que podem terminar de vez as nossas expectativas – mas aguardo-o com bastante calma. São mais dois meses – um até ao exame e outro até aos resultados – antes de dar permissão a mim mesma para começar alegremente a fazer planos.

Ao mesmo tempo, não estou efectivamente à  espera que corra alguma coisa mal. Por um lado acho que já tive a minha dose e é preciso o universo odiar-me com todas as suas forças para acontecer o mesmo outra vez, o que vai completamente contra a lei das probabilidades, por outro lado, enquanto a criança existe, tem o coraçãozinho a bater e não há prova que contradiga o facto de que sairá cá para fora saudável, a minha vida segue o caminho que tem de seguir, abrindo espaço para este ser que para todos os efeitos já existe. Pode ser um bocado como comprar a garagem antes do carro, mas é a natureza humana. Não vou comprar roupa nem montar o quarto antes de ser preciso mas é impossível não pensar onde colocar o berço.

Só gostava que parassem de insisitir que vai ser uma menina. Começo a ter vontade de bater nas pessoas. A mania do ‘casalinho’ não podia ser mais irritante. Até parece que se for um rapaz vai ficar toda a gente muito triste. Epá, se quiserem mesmo vestir o miúdo de cor de rosa e dar-lhe bonecas não vejo qualquer impedimento nos primeiros tempos. Nem vai dar pela diferença!

8 semanas

O Pedro tem estado de férias, apesar de passar mais tempo a trabalhar e a receber telefonemas do trabalho do que propriamente a descansar. Mesmo assim tem dado imenso jeito porque eu passo os dias enjoada e a morrer de sono e sem a ajuda dele a entreter o Tiago não sei como me tinha aguentado. Estou constantemente a adormecer no sofá e continuo escrava do meu està´mago. Acho que era capaz de dormir 3 dias de seguida se pudesse.

Pelo meio perdemos uns dias a fazer compras de Natal e já está quase tudo. Lembro-me sempre de mais uma ou duas pessoas que faltam, geralmente pessoas que não vão efectivamente passar o natal connosco, mas está quase no fim.

Há uns dias não conseguimos resistir a dar ao Tiago uma das suas prendas antes de tempo.  Ele continua completamente obcecado com carros e qualquer coisa serve de garagem, onde estaciona sempre em marcha-atrás, por isso comprámos-lhe as garagens da Imaginarium. Gostou tanto que nem queria dormir nessa noite porque só queria brincar com as suas garagens e durante dois dias não ligou a mais brinquedo nenhum. No natal vou ter de racionar as coisas novas por ordem de preferência para ele ter brinquedos que lhe interessem durante uns tempos.