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Aceitem o vosso corpo

Há certas coisas que são tabu e não percebo bem porquê.

As pessoas gostam de se gabar que beberam tanto que até vomitaram, gostam de piadas de casa de banho e num grupo de amigos pode-se falar de diarreias e mijar-se pelas pernas abaixo e as pessoas riem-se e partilham as suas histórias sem ofensa. As mães e pais falam dos cocós e xixis dos seus meninos e não há qualquer controvérsia. As mulheres partilham entre si algo sobre a última ecografia mamária e está tudo bem. Então porque é que certos assuntos são proibidos?

Reparei que, por exemplo, parece que não se pode falar de menstruação. Apesar de ser algo perfeitamente normal, até entre as mulheres é um assunto que faz torcer o nariz.

Todas as mulheres em idade fértil precisam de saber quando foi a data em que começou a sua última menstruação. É uma das perguntas standard quando se vai ao ginecologista. E devemos controlar os nossos ciclos para saber se está tudo regular. Eu descobri recentemente que tenho um mioma porque comecei a ter um sangramento anormal e fui fazer exames. É preciso prestar atenção a estas coisas porque o nosso corpo dá-nos sinais sobre a nossa saúde.

Manter um registo do ciclo menstrual é algo que se deve incentivar as raparigas adolescentes a fazer, até porque os primeiros ciclos podem ser mais irregulares e é uma chatice andar pela escola com as calças todas sujas porque se esqueceram de  levar pensos.

Para pessoas que estejam a tentar engravidar ou que corram o risco de engravidar sem querer, saber a altura da ovulação e da próxima menstruação é uma informação fundamental. Até eu que já não corro o risco de engravidar preciso de ter esses dados.

Então porque é que o perà­odo é uma coisa tão imencionável? É mais nojento que diarreia? Eu acho que não. Sangue todos temos. É claro que não gostamos de o ver do lado de fora, mas no caso das mulheres é um funcionamento normal do organismo. Não é motivo para vergonhas e nojo. Pelo menos não mais do que as restantes funções biológicas.

Há pouco tempo encontrei uma app fantástica para controlar o ciclo menstrual. Para que saibam, chama-se Clue, é grátis e permite apontar uma série de informações como a data das últimas menstruações, se tomámos ou não a pà­lula, dias de dores, temperatura, se o fluxo menstrual é muito ou pouco e o tipo de corrimento vaginal durante o resto do mês. Com os dados que vamos introduzindo, a app ajuda a prever a data dos próximos ciclos, o que dá imenso jeito para várias ocasiões, como por exemplo se estivermos a tentar marcar férias sem surpresas. É giro, muito simples de usar e não tem uma pinga de cor de rosa em lado nenhum, como é comum nas apps para “senhoras”. Digo isto como utilizadora. Ninguém me pagou para publicitar o produto. Acho simplesmente que usar uma coisa destas é importante e se não gostarem deste e preferirem borboletas e arco à­ris há muitos outros.

Partilhei o link do app há uns tempos no facebook. Suponho que possa ter sido confundido com spam mas fiquei surpreendida porque, enquanto qualquer baboseira sem interesse tem sempre pelo menos dois ou três likes, este passou completamente em branco. Lá está, não se fala destas coisas.

amamentarO outro assunto que parece chocar grande parte da população é a amamentação em público. Tanto homens como mulheres ficam chocadà­ssimos quando vêem uma mulher a amamentar. Parece que voltámos à  época vitoriana em que as mulheres tinham de ficar fechadas em casa durante a gravidez para não chocar a população com a prova de terem tido relações sexuais.

Fala-se tanto de sexo e até a gravidez parece ser bem aceite hoje em dia. Pessoas que não nos conhecem de lado nenhum de repente desatam a fazer festinhas na barriga das grávidas (fazendo com que as grávidas tenham de conter o desejo de lhes dar um pontapé nas canelas porque pelos vistos não aprenderam que o contacto fà­sico deve ser autorizado pela pessoa) e não resistem a tocar nos bebés e crianças (também já tive de me controlar para não ser desagradável à s dezenas de pessoas que ficam ali a massajar os caracóis do cabelo da minha filha como se fosse uma daquelas bolas anti-stress. Têm de aprender que as crianças também são pessoas e merecem respeit0).

Mas a questão não é essa. Aparentemente é tudo bom e fofinho até o bebé ficar com fome. De repente parece que o acto de alimentar a criança da forma mais natural possível, com a parte do nosso corpo que é criada para o efeito, é a coisa mais nojenta do mundo.

Compreendo que na nossa sociedade não se anda por aà­ de mamas de fora, mas isto não é exibicionismo nem um acto sexual em público. É o caso de termos um bebé que tem fome e por acaso não estarmos em casa. Acham que as mães gostam de se sentir expostas e de levar com os olhares e comentários pelo mero acto de alimentar o seu filho? A criança tem de comer e não há nada de errado com isso. Se há quem saque do biberão porque é que as mães que optam por amamentar são penalizadas por sacar da mama? Estão a fazer mal a quem exactamente?

Suponho que os mesmos púdicos e púdicas que querem apedrejar estas mães carinhosas também fiquem prestes a desmaiar quando vêem alguém a beijar-se em público ou de mãos dadas. Lá está, mentalidade vitoriana.

Digo isto em particular à s mulheres, que acabam por ser as crà­ticas mais ferrenhas: parem de ter vergonha do vosso corpo. Estão a ser levadas pela mentalidade patriarcal que quer manter as mulheres “no seu lugar” e nem dão por isso. As mulheres deviam apoiar-se em vez de se criticarem. O corpo é bonito e capaz de coisas fabulosas. Não há nojo nenhum nisso.

Só falta um dia…

Amanhã completam-se as 39 semanas de gravidez e está previsto o nascimento da Joana, por cesariana. Devia ir passar já a noite ao hospital, mas felizmente o Dr. Saraiva não concorda com essa medida e disse que bastava aparecer amanhã cedo.

Os últimos dias têm sido passados em preparativos finais – lavar lençois para o berço, ir buscar a alcofa que estava emprestada, lavar a casa de banho (A Augusta continua de férias, já vai em mês e meio) e ter a certeza que não me esqueço de nada demasiado importante.

O Tiago anda a ser levado à  escola pela minha mãe e depois são os meus sogros que o vão buscar ao fim do dia. Uns dias corre melhor que outros, tal como quando sou eu, por isso não me parece que a mudança de rotina esteja a ser um grande drama.

Ontem foi complicado porque quando são os avós a ir buscar o Tiago normalmente quer dizer que o levam a passear ou para casa deles brincar um bocado. Como veio directamente para casa fez uma birra enorme, com lágrimas a escorrer pela cara abaixo porque não queria vir para a mãe. Felizmente acabou por passar e estivemos a brincar o resto da tarde, apesar do sono monstruoso que eu tinha.

amostras chãoHoje fui à  casa uma última vez porque o empreiteiro tinha lá deixado as amostras de chão para nós escolhermos. Não é uma decisão fácil. Estou inclinada para uma de faia mas com os veios da madeira mais realistas mas também há uma de carvalho que não desgosto, só que em comparação parece ter uma cor muito mortiça. É complicado quando não é uma questão de adorar logo uma opção ou odiar completamente todas as outras. Acho muito difà­cil a partir de um quadradinho imaginar como fica o chão de uma divisão inteira.

Quando dei a volta para fotografar as novidades reparei que já tinham colocado as portas para o terraço, o que foi uma surpresa agradável. A porta da marquise para o resto do terraço, que tinha previsto inicialmente ser de abrir e afinal ficou de correr, é bastante larga e mesmo abrindo só metade acaba por dar um espaço de passagem muito amplo por isso não fiquei decepcionada.

summer fruitA caminho de casa fui comprar fruta. Como preciso de desinfectar a fruta antes de a comer por causa da questão da toxoplasmose, meti tudo junto numa grande taça. Achei que ficava tão bonito que não resisti a tirar uma foto 🙂

Cada vez que compro fruta no Jumbo arrependo-me mas a frutaria aqui ao pé de casa tem sempre coisas deliciosas. Tive então frutinha para o lanche. O resto fica para o Pedro e o Tiago já que não estou em casa o resto da semana.

Na verdade, estou mais nervosa com o internamento do que com o parto. A cesariana anterior foi um bocado desagradável para o final porque perdi muito sangue, tive uma quebra de tensão que provocou vómitos e acabei por passar montes de tempo ligada ao monitor antes de poder pegar no Tiago. Para além disso passei um dia ou dois cheia de comichão como reacção à  anestesia. Tentar amamentar então, só mesmo no dia seguinte ao parto e mesmo assim o Tiago não queria nada comigo. Só quando viemos para casa é que começou a mamar convenientemente.

Desta vez tenho mais experiencia e espero que seja mais fácil mas não estou com grande esperança. Para evitar problemas vou levar a minha bomba de leite. Assim pelo menos a criança não passa fome nem precisa de complementos até aprender a mamar.

E pronto. Fiz o que pude, o que dava para fazer com o tempo e energia disponà­veis. Agora é esperar por amanhã e tentar não enlouquecer com os 4 dias no hospital sobre-aquecido. Se tudo correr bem para a semana digo qualquer coisa.

Entretanto o Pedro deve ir dando sinal no site dele.

38 semanas

Na terça feira fomos a mais uma consulta. Começámos com o CTG e a Joana passou a primeira meia hora a dormir. Tive de comer um chocolate para a acordar (ai, que sacrifà­cio!) e ao fim de um bocado lá se começou a mexer e a reagir como é suposto.

Na consulta o Dr. Saraiva marcou a cesariana e o internamento e ficou tudo combinado para o próximo dia 14. Era suposto ir lá dormir dia 13 mas ficou combinado que não haveria problema se aparecer dia 14 à s 8.30 desde que não coma nem beba nada durante as 7 horas anteriores.

Com a ecografia foi calculado que a Joana está quase com 3 kg, continua na posição correcta e agora é só uma questão de respirar fundo e aguentar mais uma semana.

Na verdade tem sido complicado passar estas últimas semanas e se tivesse que esperar mais três não sei em que estado estaria no fim. Ando a acordar a meio da noite e não consigo adormecer outra vez e revivo muitas vezes o primeiro parto e o funeral com muito mais detalhe do que seria saudável. Ando ansiosa durante o dia sem conseguir perceber exactamente porquê e a única forma de passar o tempo sem ficar maluqueinha é manter-me o mais ocupada possível, o que quer dizer que passo os dias ao computador a trabalhar em vez de descansar com os pezinhos elevados para não ficarem tão inchados.

O Tiago também anda obviamente em stress e tem reacções exageradas, como desatar a chorar por pequenas coisas.

Ontem foi um problema ir buscá-lo à  escola. Quando me viu foi-se esconder num canto e não queria sair. Acabei por ter que lhe pegar ao colo, algo não muito aconselhável nesta fase, e mesmo assim ainda passei por um quarto de hora de birra em que chorou, tirou os sapatos, deitou-se no chão e fez tudo o que podia para não sair da sala. Quando o consegui finalmente convencer a calçar-se e sair queria ir ao Parque. Aparentemente o escorrega não chegava. Levei-o ao relvado, que é uma volta muito maior,  mas quando lá chegou também não podia ser porque ali não tinha escorrega. Enfim, a teimosia continuou até conseguir finalmente enfiá-lo no metro e voltar para casa depois de ter que ir com ele a um café beber água – a que tinha na mala não servia, aparentemente – e mexer na água das fontes todas.

Hoje fui ao hospital para ir buscar a autorização para poder fazer laqueação de trompas ao mesmo tempo que a cesariana – já que vão abrir resolve-se tudo de uma vez. Acho interessante a contradição aparente entre o ponto 1 e o ponto 2:

1 – Que a laqueação tubária pretendida não é garantida como método de evitar a gravidez

2 – Que da laqueação tubária pode resultar impedimento total e irreversà­vel para uma eventual gravidez posteriormente desejada.

Quanto ao ponto 1, o objectivo da coisa é precisamente evitar uma gravidez, mas claro que não há métodos infaliveis e se calhar ser um daqueles raros casos em que o método não é 100% eficaz eles têm de se proteger. É claro que fico logo a pensar se tenho que continuar a usar outro método à  mesma…

Quanto ao ponto 2, é preciso ser-se uma pessoa muito indecisa para se submeter a uma coisa destas e depois mudar de ideias mais tarde e decidir que afinal sempre quer ter mais filhos, especialmente com a quantidade de opções anti-concepcionais não cirurgicas que existem.

Eu sinceramente, com todo o stress que sinto, não quero voltar a passar por isto nunca mais por isso espero que seja eficaz, até porque nos raros casos de pessoas que engravidam após laqueação, as gravidezes tendem a ser ectópicas, o que é uma grande chatice.

Consulta e noite no hospital

Na terça feira, a um dia das 37 semanas, fomos a mais uma consulta. Desta vez começámos com o CTG, que demora uma eternidade. O problema não é tanto o tempo mas o facto de para se conseguir apanhar os batimentos cardà­acos eu ter de ficar a segurar no foco, geralmente com a mão numa posição muito pouco natural, durante quase uma hora. No final já nem sentia os dedos de tão dormentes que ficaram.

Na consulta foi feita mais uma rápida ecografia para verificar que continua tudo ok e um exame para ver como está o colo do útero.

Tal como esperávamos, o Dr Saraiva também vai sair do HGO e dia 30 era mesmo o último dia do seu contrato. Disse-nos porém que ainda iria fazer duas urgencias, a dia 7 e dia 14 e que podiamos agendar a cesariana para um desses dias. Ficou decidido então para dia 14, para dar mais duas semanas à  Joaninha para engordar e eu vou tentar conter a ansiedade o melhor que puder. Dia 14 calha precisamente nas 39 semanas, uma data de que eu nunca mais queria ouvir falar, mas também não vale a pena estar a ser supersticiosa por causa de algo que muito dificilmente se voltaria a repetir.

No dia seguinte, porém, quando fui buscar o Tiago à  escola aconteceram duas coisas que não gosatei nada. A primeira foi ser parada na rua por um tipo que nunca viu antes cuja única pergunta que me fez foi se o Tiago andava no infantário X. Fui tão apanhada de surpresa que nem cheguei a ter tempo de ter a minha reacção natural de protecção. Em vez de dizer ‘o que é que isso lhe interessa’ ou algo do estilo, tive a minha primeira reacção a tudo que é dizer a verdade – começo a perceber como isso à s vezes pode ser mau – disse ‘não’ fiquei a olhar para o homem com um ar suspeito à  espera de mais qualquer coisa tmas a única resposta que deu foi ‘ah, era só para perguntar’ o que finalmente levantou o meu radar. Só que por essa altura o Tiago já ia a correr sozinho pela rua fora e não tive hipotese a não ser ir atrás dele. Entretanto não voltei a cruzar-me com a mesma pessoa mas passei a andar um pouco mais alerta, apesar de achar que até é capaz de ter sido algo relativamente inocente como o tipo ter um filho ou irmão que ande na creche que ele mencionou. Enfim.

Quando cheguei a casa tive mais uma surpresa desagradável. Tinha uma mancha enorme nas calças e nem tinha dado por nada. Isto da gravidez tem a desagradável tendencia para uma certa incontinencia urinária no final, por causa da pressão da bexiga, e ainda pensei que pudesse ser isso mas na verdade não acreditei que fosse porque costuma ser só quando espirro, é só um bocadinho e isto era uma quantidade de là­quido equivalente à  palma de uma mão e não tinha qualquer cheiro. Resolvi esperar para ver e não aconteceu mais nada o resto do dia.

Ontem, fui novamente buscar o Tiago à  escola e quando o levantei para ele beber água da fonte achei que tinha sentido novamente perda de là­quido e decididamente não vinha da bexiga. Quando cheguei a casa tive a confirmação. Era menos do que no dia anterior mas estava lá. Depois de telefonemas para o Pedro e para a Enfermeira Tina, ficou decidido que o melhor era ir ao hospital para ter a certeza que estava tudo bem.

Eu estive sempre com a sensação que não era nada porque foi só um bocadinho, a Joana estava a mexer-se bem e dava para ouvir com o foco que a pulsação continuava a acelerar com os movimentos. Mas não vale a pena correr riscos, por isso deixámos o Tiago com os meus sogros e fomos ao Hospital. Entrei depressa para fazer o CTG que estava normal – mais uma vez a ter que segurar o foco o tempo todo – e depois voltei para a sala de espera até à  consulta. Essa foi a pior parte porque chega um ponto em que só queremos que nos digam qualquer coisa e ter de ficar ali 2 horas sem nada para fazer, sem comer nada desde as 4 da tarde e com menos 1 cêntimo do que custava uma garrafa de água na máquina, parecia uma tortura maior do que foi na realidade 🙂

Acho que devemos ter apanhado a hora de jantar dos médicos e terá sido isso que causou o atraso porque até nem estava muita gente à  espera. E o facto de me lembrar o que me levou ali da última vez também não ajudou, especialmente depois de ver uma senhora a chorar mais ou menos no sí­tio onde me sentei da outra vez. Há reacções que não conseguimos controlar. Mas pronto, desta vez estava tudo bem e o Pedro estava comigo, o que ajudou.

Eram quase 11 da noite, os meus sogros precisavam de dormir e o Tiago também. Liguei à  minha mãe para lhe pedir que trocasse com o Pedro mas precisamente nessa altura chamaram-me. A médica fez um exame ginecológico, pediu-me para tossir para ver se saia algum là­quido e concluiu que era apenas o rolhão mucoso que se deve ter soltado devido ao exame de quarta feira. Mesmo assim a médica foi fazer uma ecografia para confirmar que a quantidade de là­quido estava normal porque podia já tê-lo perdido todo sem dar por isso (era impossível em dois dias mas foi mesmo só para ter a certeza que verificavam tudo).

E pronto voltámos para casa, fomos buscar o Tiago, jantar e ver mais um episódio do Nip Tuck porque estava demasiado acordada para ir logo para a cama.

Hoje de manhã é que foi complicado acordar o Tiago que dormiu menos duas horas do que o costume e isso já costuma ser menos duas do que devia. Eu também fiquei um bocado cansada e acabei de voltar para a cama depois do pequeno almoço e dormi até ao meio dia. Há umas semanas atrás seria incapaz de tal coisa mas agora parece que não consigo manter os olhos abertos.

Quando acordei fui tratar de pagar as contas do mês e ainda tenho que organizar os papeis da contabilidade da Nitro para o segundo trimestre. Vamos ver se consigo concentrar-me o suficiente ou se tem de ficar para outro dia.

Qual hospital?

Ontem estive a fazer e imprimir a lista do que é necessário por na mala para levar para o hospital. Tenho andado a adiar mas a verdade é que já faltam poucas semanas e nunca se sabe se a rapariga não decide sair mais cedo.

Tenho que comprar uma série de coisas – fraldas, discos para o peito, cuecas descartáveis, gel de banho e hidratante para bebé, etc – começar a lavar a roupa de bebé e meter tudo na mala para estar pronta quando for necessário.

O parto estava previsto ser no HGO, tal como foi o do Tiago, mas neste último ano o Hospital ficou uma confusão tão grande que já não sei o que vai acontecer. Saà­ram uma série de médicos e grande parte dos serviços estão a ser assegurado por médicos contratados de quem não tenho ouvido nada de bom. É claro que o objectivo de ir para aquele hospitar é para ter o médico que seguiu a gravidez a fazer o parto mas de momento nem ele sabe se lá estará quando chegar a altura e isso põe-me numa situação complicada.

Já li que é até possível que a maternidade feche durante os meses de verão, de acordo com o plano de contingencia do hospital para quando há demasiados médicos de férias para manter o bom funcionamento do serviço, mas ainda não encontrei nada de concreto.

A opção de ir para um hospital privado quando não se tem seguro de saúde e se está  a meio de uma remodelação também é um bocado complicada. São pelo menos 3 a 5000 euros. A outra opção é esperar que o parto aconceça naturalmente e escolher eu o hospital público para onde quero ir – se for uma urgencia já não me podem mandar embora. Só que não sei se consigo aguentar até à s 42 semanas sem grandes ataques de panico. Estamos a tentar marcar uma cesariana para algures entre as 38 e as 39 semanas mas isso só funciona com o nosso médico actual.

Só resta esperar e discutir as opções na próxima consulta e depois esperar para ver o que acontece.

Ontem tive a primeira cntracção mais a sério. Cada vez que me levanto tenho uma contracção e tenho muitas mais quando vou a andar na rua, mas esta foi um apertão a sério. Se começar a ter muitas destas até pode ser que o problema desapareça.

35 semanas

No passado dia 11, dia do aniversário do Pedro, tivemos consulta. Como estavamos todos de férias, o Tiago foi connosco pela primeira vez e, contra todas as expectativas, portou-se muito bem. Não ligou nenhuma à  ecografia, o que não é de espantar porque até nós temos dificuldade em ver alguma coisa que se perceba, mas estava desejoso de carregar no botão verde do ecografo, que fazia parar a imagem. O Dr Saraiva foi extremamente simpático e lá o deixou carregar no botão e até num segundo para imprimir uma imagem da eco. O Tiago ficou muito feliz 🙂

Falámos sobre o parto e o Dr disse que após uma cesariana não costuma haver muito sucesso a fazer indução num parto posterior pelo que as nossas opções seriam esperar que a coisa aconteça naturalmente, demore o que demorar, ou fazer outra cesariana. Depois do que passámos com a primeira gravidez não me vejo a conseguir esperar sem ter um aumento dos pesadelos e um ou outro ataque de panico, por isso vamos avançar para a cesariana. Desde que não apanhe uma infecção sempre é menos doloroso.

Estamos a apontar para algures entre as 38 e as 39 semanas, ou seja, entre 15 e 22 de Julho. Agora depende um bocado de como correm as negociações com o HGO que está uma grande confusão e a funcionar na sua maioria graças a médicos contratados porque os que lá estavam foram-se quase todos embora. Não dá assim grande confiança na maternidade do hospital neste momento, mas ir para um hospital privado é demasiado caro, especialmente quando não se tem seguro de saúde.

Já estou na fase de apontar os movimentos ao longo do dia mas sinceramente tenho tido mais atenção a se mexe várias vezes do que quantos movimentos são em cada periodo de actividade.

A parte pior deste último mês é a dor de costas quase constante. Até consigo andar bastante a pé sem me cansar muito mas ao fim de 15 minutos já não aguento a dor de costas. E estar sentada ao computador não é melhor.

Agora que o calor regressou estou outra vez inchada e já cheguei quase aos 80 kg graças a isso. Mas pronto, é só mais um mês.

32 semanas

Na última semana apercebi-me que cheguei finalmente à  parte complicada da gravidez. Estou constantemente cansada e passei a ter de dormir sestas ocasionais para conseguir aguentar o dia.

O Pedro passou a levar o Tiago à  escola de manhã para eu só ter de fazer o percurso uma vez por dia, o que já ajuda imenso, mas como continuo a tratar de diversas questões relacionadas com a obra da casa, há dias em que não me consigo sequer sentar durante duas a três horas até conseguir finalmente voltar para casa.

Para complicar ainda mais, chegou o calor e com isso a retenção de là­quidos e os tornozelos inchados. As minhas pernas estão irreconhecà­veis e já sei que agora vai ser assim até ao fim.

Para a semana vamos estar todos de férias. Precisamos de escolher o resto dos materiais para a obra – sanitários, puxadores, etc. Espero que pelo meio dê para descansar um bocadinho.

Também para a semana vou ter que fazer ecografia, análises e vacina do tétano e daqui para a frente as consultas vão ser cada vez mais frequentes.

Sinto que o meu corpo me anda a pedir um dia inteiro a dormir mas sou incapaz de o fazer mesmo quando tenho tempo. O stress com as obras e tudo o mais impede-me de ficar quieta mais de cinco ou dez minutos sem me lembrar de qualquer coisa que é preciso fazer ou acrescentar à  lista de perguntas e tarefas. Torna-se um bocado irritante mas não o consigo evitar.

Gravidez: semana 31

Agora é que começa a custar. Já está calor e já acordo cansada de manhã pelo que passo os dias com vontade de voltar para a cama. Mas se tento deitar-me não consigo dormir porque fico com o nariz entupido ou outro desconforto qualquer.

Graças à s obras, em vez de descansar mais tenho andado mais. Vou levar o Tiago à  escola e depois vou até à  casa nova tirar fotos antes de voltar tudo para trás, o que dá mais meia hora de percurso do que o normal. Como ainda por cima vou carregada com a máquina fotográfica e outras coisas que sejam necessárias – ontem voltei com dois sacos de compras do pingo doce, por exemplo – estou a fazer muito mais esforço do que até aqui.

Exercà­cio é bom, e sem dúvida é melhor do que estar em casa sem me mexer o dia todos, mas ter de carregar com coisas e fazer um esforço extra não é nada fácil nesta fase.

à€ noite continuo a acordar constantemente porque o Tiago continua a levantar-se por volta das 2/3 da manhã para vir dormir connosco e depois passa o tempo a bater-nos com os braços ou pés. O miúdo saiu com uma dose de sonambolismo herdada do pai e portanto, para além dos movimentos normais que todos fazemos durante a noite também fala no sono e à s vezes chega mesmo a sentar-se na cama apesar de estar a dormir. É muito cansativo para ele e para nós que estamos constantemente a acordar para tentar perceber o que se passa.

E por fim, como passo a manhã a lidar com questões relacionadas com a casa – ainda hoje fui buscar os papeis que faltavam: caderneta predial em nosso nome, pedido de isenção de IMI, mudança de morada fiscal, etc. – durante a tarde tenho que tratar das tarefas domésticas que costumava fazer de manhã – lavar roupa, arrumar a cozinha, limpar o caixote dos gatos – ficando com muito pouco tempo para fazer seja o que for fora das obrigações. Vão ser dois ou três meses lixados.

Felizmente estou entusiasmada o suficiente com a obra para não ficar aborrecida com nada disso. Sinto-me sempre melhor quando tenho um objectivo, mesmo quando dá trabalho.

30 semanas

Cheguei aos 7 meses de gravidez. Faltam dois para a rapariga saltar cá para fora.

Na passada sexta feira fomos à  consulta e pelas medições a nossa mini-Joana está com cerca de 1,4kg. Se adicionarmos a isso o peso do là­quido amniótico, placenta, etc, dá para perceber porque é que já só consigo andar a passo de tartaruga. Não que isso faça grande diferença, aliás, pelo contrário, tenho andado a pé bastante mais do que o costume mas depois fico tão cansada que à s duas da tarde adormeço.

A melhor coisa que aconteceu esta semana foi o facto de ter começado a tomar um medicamento novo que acabou de vez com a azia. Já não conseguia deitar-me, sentar-me, dormir ou fazer fosse o que fosse sem aquele incómodo constante e de um dia para o outro passou. Um comprimidinho de Lanzoprazol de manhã e voltei ao normal depois de meses de sofrimento.

O peso continua estabilizado. Depois de ter aumentado 7 quilos nos primeiros meses só ganhei mais um desde o princà­pio do ano. Nunca pensei que fosse possível.

28 semanas

Na quarta feira cheguei à s 28 semanas de gravidez. Faltam cerca de dois meses e meio até à  data prevista para o nascimento da nossa Joana e tanto como consigo verificar pelos pontapés que levo diariamente, tudo parece estar bem.

Continuo bastante cansada, o que não é ajudado pelo facto de me esquecer constantemente de tomar o ferro. Como não é suposto tomar aquilo com leite, porque o leite inibe a absorção do ferro, não tomo logo de manhã por causa do pequeno almoço e depois não me volto a lembrar o resto do dia. O stress da casa também não tem ajudado a memória mas tenho de fazer um esforço extra.

De tarde fui fazer a vacina por causa do grupo sanguà­neo. Já só falta fazer a vacina do tétano daqui a um mês e fico despachada de vacinas até ao parto. Tem sido uma por mês desde a amniocentese.

Os próximos dois meses vão ser complicados porque tratar de obras com a barriga no auge será certamente um sofrimento, mas paciencia. Acho que no fim vai compensar e vou ter finalmente uma casa com espaço, que é para mim o critério mais importante já que é onde passo a maior parte do meu tempo. Só o facto de passar a ter uma sala para o meu artesanato onde posso deixar as peças inacabadas em cima da mesa e trancar a porta para o trabalho não ser atacado por crianças ou gatos vai ser um alà­vio.

26 semanas

Daqui a dois dias completo as 26 semanas de gravidez, ou seja, 6 meses.

O meu cansaço ficou explicado com as últimas análises que mostraram que a minha anemia está pior mas já comecei a tomar o ferro e espero que melhore.

O pior continua a ser o ácido no està´mago, especialmente à  noite. Ando a roer pastilhas de anti-ácido como se fosse M&Ms e mesmo assim não resolve. Há noites em  que tomo duas ou 3 e acordo outra vez à s 4 ou 5 da manhã com o estomago a roer novamente.

Já aumentei mais um quilo, mas isso seria de esperar nesta fase, com a velocidade a que a barriga está a crescer.

Ando novamente a precisar de dormir mais e tenho dias em que sinto uma grande dificuldade em manter-me acordada mas lá vou aguentando.

24 semanas

Amanhã completam-se as 24 semanas de gravidez e devo dizer que notei uma diferença enorme nas últimas duas semanas. De um momento para o outro a barriga começou a crescer a uma velocidade alucinante, apesar de continuar com o mesmo peso, mais grama menos grama.

Comecei a notar um cansaço muito maior quando tenho de subir a rua, especialmente de manhãquando tenho que empurrar o carrinho do Tiago. Quando vou a andar a direito não dou pela diferença, mas quando é a subir!

É claro que o facto de andar constipada há duas semanas não ajuda. Não ando a dormir nada de jeito porque não consigo respirar e como evito por gotas até estar mesmo desesperada, custa muito mais fazer algum esforço. Bem me farto de usar spray de água do mar e soro mas sem qualquer resultado. Acho que isso só funciona quando é o entupimento tà­pico da gravidez e não quando fico mesmo doente.

Já sinto movimentos acima do umbigo  e são cada vez mais fortes. Não tarda nada vou estar outra vez a levar pontapés nas costelas 🙂

Esta semana tenho de fazer análises, incluindo aquela chata dos diabetes em que é preciso ficar uma hora à  espera para tirar sangue outra vez. Espero que continue tudo normal.