Há algum tempo resolvi fazer umas pulseiras em chapa de latão. Este artigo explica o processo.
Comecei com uma chapa de latão bastante grossa. Esta tinha 2 mm de espessura e a grossura final que eu queria obter era 0,7 mm. Como o latão é um metal rijo, a chapa pode ser relativamente fina sem medo de perder a forma.
Para reduzir a espessura do metal é necessário recorrer a um laminador. Ao laminar a chapa, esta vai esticando em comprimento pelo que o primeiro passo foi serrar a chapa em pequenos bocados. O cálculo que fiz foi que uma secção com 7 cm de comprimento iria esticar até 16 a 18 cm de comprimento final, que é o necessário para uma pulseira. Basicamente o metal estica para cerca do dobro a cada cm que se espalma. O cálculo não é exacto, porque também estica para os lados, mas é aproximado o suficiente.
Em termos de largura das pulseiras, cortei tiras de 3 e de 4 cm.
É necessário recozer muitas vezes e, ao utilizar um laminador mini, como o meu, convém apertar pouco de cada vez. Eu abusei um bocado deste e acabei por partir um dos rolos.
Aqui vemos a diferença de comprimento entre a chapa inicial, com 2mm de espessura e a chapa depois de laminada, com 0,7 mm de espessura.
Quando tinha as diversas chapas com a espessura desejada, comecei a dar textura ao metal. Utilizando novamente o laminador, e com o metal bem recozido, cortei tiras de diversos tecidos que, ao passar no laminador junto com o metal, conferem uma textura interessante à superfície.
Esta foto mostra as várias texturas aplicadas. Os tecidos usados foram diversos – fraldas de pano, toalhas turcas, rendas, brocados, tule.
Criei um mini catálogo de texturas que consigo fazer com os tecidos que tenho. Cortei um quadrado de cada tecido e quadrados de chapa de cobre e guardo tudo junto para ver rapidamente qual o efeito produzido pelos tecidos. O resultado nem sempre é óbvio só de olhar para o tecido.
Limei as arestas do metal, arredondei os cantos e formei as pulseiras. Se quisesse pulseiras direitas teria ficado por aqui mas como quis experimentar dar uma forma côncava, utilizei o kit da Durnston, apoiado num torno.
Vai-se martelando e recozendo o metal apoiado na peça côncava. Ao princípio o aspecto é um bocado irregular mas com paciência vai ganhando a forma que se quer.
Aqui já se nota a forma côncava sem tantos altos.
Finalmente, depois de polir, temos a pulseira pronta a ser usada.
Pode ver e comprar algumas destas pulseiras na minha loja online.